domingo, 26 de novembro de 2023

Vicente Gomes da Silva (1827 - 1906)

 

Vicente Gomes da Silva a 12 de março de 1827 no Funchal e notabilizou-se nas artes e ofícios como gravador, pintor, escultor, desenhador, fundidor e ainda como fotógrafo.

Foi um distinto membro da sociedade Funchalense, tendo feito parte, em 1852, da Comissão encarregue da receção à imperatriz Amélia, Duquesa-viúva de Bragança (1812-1873) e sua filha, princesa D. Amélia .

Apesar de ter iniciado o seu percurso profissional em 1846, como gravador, cuja excelência lhe garantiu em 1853, o título de gravador de Sua Majestade a Imperatriz do Brasil, Duquesa de Bragança, foi como fotógrafo que se notabilizou. Fundou a Photographia Vicente, uma das mais prestigiadas casas fotográficas da ilha e do país de então, que perdurou por mais de cem anos. Autodidata e poliglota, iniciou-se nas práticas fotográficas por volta de 1852, através de literatura importada de França e Inglaterra, sendo considerado o propulsor da fotografia (Daguerreótipo e colódio Húmido) e da imagem estereoscópica na Madeira. Retratou as mais distintas personalidades da sua época, entre as quais se destaca a Imperatriz da Áustria, Elizabeth von Wittelsbac, mais conhecida por Sissi, que lhe concedeu em 1866, o título de "Photographe de Sa Majesté I'Impératrice d'Autriche". Para além de empresário, com estabelecimento comercial de venda de artigos variados e prestação de serviços de gravura e fundição, foi ainda professor de desenho no “Colégio Funchalense” de Júlio da Silva Carvalho e colaborou com a imprensa não só com gravuras para o "Agricultor Madeirense", "Estudo", “A Liberdade” e "Archivista", como também com crónicas no jornal "A Voz do Povo".

O seu legado perdura ainda hoje, materializado não só no seu antigo atelier da rua da Carreira, que é um dos dois únicos estúdios fotográficos oitocentistas existentes em todo o país, e onde hoje assenta o Museu de fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s, como também nos vários milhares de espécimes fotográficos que produziu, que relevam importantes aspetos da paisagem e sociedade madeirense da sua época.

Faleceu a 14 de dezembro de 1906 no Funchal.

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